Adeus pé boto.
Quando fomos à ecografia do segundo trimestre foi detetado que o Martim iria nascer com pé boto. No pé direito parecia ser uma coisa ligeira, ou posicional até, mas o pé esquerdo seria algo mais acentuado. Ficamos logo assustados, mas a médica tranquilizou-nos quando disse que o pé boto é a deformidade mais comum dos pés e era algo de tratamento relativamente fácil. Mas para que o tratamento tenha sucesso é necessário que este seja iniciado logo após o nascimento do bebé para que, no futuro, o bebé consiga apoiar adequadamente o pé no chão, caminhar com normalidade sem perturbar o seu desenvolvimento psicomotor.
Esta deformidade surge, muitas vezes, da influência genética, mas noutros casos pode ser resultado de uma má posição fetal no útero ou por diversas alterações musculares e neurológicas.
Após o parto foi confirmado o que se tinha visto nas últimas ecografias. O pé direito não sofria de pé boto, apenas um mau posicionamento durante a gravidez, mas o pé esquerdo tinha uma acentuada curvatura para dentro. Mas com o nascimento atribulado do Martim, a questão do pé era quase o menos importante.
Só depois de vir para casa, aos dois meses, é que iniciou o tratamento do pé boto. Mas mesmo já tendo passado dois meses do nascimento, foi possível fazer a correção do pé boto através do método Ponseti, em vez de cirurgias. Este método consiste na manipulação semanal do pé, através da aplicação de gesso em todo o membro inferior, fazendo com que os ossos mal posicionados possam, gradualmente, ser reposicionados para o alinhamento correto. O número de gessos varia entre os seis e os oito gessos, nunca passando dos dez gessos para não danificar as estruturas ósseas.
O Martim fez cinco gessos, em que os primeiros quatro tiveram a duração de uma semana cada e o último gesso durou duas semanas.
1º gesso: 08.02.2016
2º gesso: 15.02.2016
5º gesso: 15.03.2016
Foi fácil a adaptação do Martim ao gesso. Nunca ficou aborrecido nem choroso com dores, o que para mim foi um alívio. Sempre achei que ele iria ficar irritado por se sentir preso.
Após o fim dos gessos, o posicionamento correto do pé já era bem visível.
A fase seguinte era o Martim começar a usar umas botas específicas para a tala de Dennis Brown que servem para colocar os pés com a rotação externa correta. Durante cinco meses, ele teve que usar estas botas durante o dia e durante a noite. Apenas tirava para tomara banho, durante as terapias e pequenos períodos em casa para que eu pudesse brincar com ele.
Na semana passado, finalmente o Martim foi autorizado pelo médico a deixar de usar as botas durante o dia, mantendo apenas o uso noturno que irá durar até cerca dos cinco anos. Após este tempo com as botas, o pé esquerdo apresenta uma posição mais correta do que quando tirou os gessos e o pé direito também beneficiou do uso das botas, melhorando consideravelmente a inclinação que o pé tinha devido ao mau posicionamento na gravidez.
Depois de cinco meses "preso" naquelas botas durante tantas horas, o Martim está radiante por poder ter os pés soltos e com total mobilidade, o que também se torna importante para o desenvolvimento dele. Já eu estou encantada por o ver com os seus primeiros sapatos "a sério", leves e confortáveis.
Sandálias | Chicco
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Sapatilhas | Zippy
- A Mãe
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