Mãe do Sexto Esquerdo

30.11.2016 40 semanas e 5 dias de gravidez. Era dia da indução do parto. Depois de verificarem que apenas tinha 1cm de dilatação, quase que me mandava embora para voltar dois dias depois. Mas já havia tantas marcações nos dias seguintes que lá me deixaram ficar, no entanto avisaram-me que iria ser improvável que o bebé nascesse naquele dia. Eram quase 11h quando me deram o comprimido para induzir o parto. Estava tudo bem, eu sentia-me bem mas a começar de ficar nervosa. Passado cerca de uma hora, ao fazer-me o 'toque' uma enfermeira rebenta a bolsa. Quando vi a atrapalhação dele a minha pergunta foi imediata "era suposto fazer isso já?". "Não!". Aí os nervos ainda aumentaram mais um bocadinho. A bolsa já tinha rebentado e a dilatação nada tinha alterado. Às 16h já estava com quase 4cm de dilatação, o que achei que até estava a evoluir bem. Até que essa dilatação durou até às 19h! Três horas que passaram e nem um bocadinho de evolução! Outra enfermeira q

Toda a gente já ouviu falar em recolhas de tampas de plástico. Muitas pessoas juntam para dar a alguém em específico para ajudar a comprar um cadeira de rodas ou para pagar tratamentos. Mas há muitas outras pessoas que juntam sem terem ninguém em concreto a quem entregar. Nas últimas semanas temos começado a juntar tampas para ajudar nas despesas da terapia da fala do Martim. Felizmente temos várias pessoas a ajudar mas são precisas toneladas de tampas e para que seja mais rápida a recolha estamos a fazer uma recolha em vários locais. Se juntam tampas de plástico (por exemplo de garrafas de água, azeite ou óleo, de detergentes, champô ou gel de banho) e estão interessados em ajudar-nos só têm de entregar num ponto de recolha para que estas depois cheguem a nós (se não for possível entregar nestes locais ou tiverem alguma dúvida podem entrar em contacto connosco e poderemos combinar outro local de entrega). Assim estarão a ajudar-nos a trocar as tampos por sessões de terapi

Ontem, depois do jantar, chegou o Natal ao sexto esquerdo e demos início à nossa primeira época natalícia em família. No ano passado, era o nosso primeiro natal nesta casa. Não tínhamos nenhuns enfeites natalícios e antes de o Martim nascer fomos comprar tudo e montar todas as decorações para que se o Martim decidisse chegar mais cedo já tinha o natal em casa à espera dele. Ele não quis nascer mais cedo, mas quando nasceu, no dia 1 de dezembro, ainda vinha muito a tempo de conhecer a nossa árvore, o presépio e todos os outros detalhes que completam a decoração de natal cá em casa, pelo menos pensávamos nós que vinha a tempo. O Martim nasceu e ficou internado, como já sabem, mas na altura pensávamos que seria uma coisa de dias. Eu tive alta e ele ficou e esse foi dos momentos que mais me custou. Passou um dia, dois, três. Nada de novidades que previssem a ida do Martim para casa. Mais de duas semanas depois do Martim nascer já começávamos a desesperar. Todos queriam saber

O Martim não foi um bebé prematuro, bem pelo contrário. Nasceu de parto induzido às 40 semanas e 6 dias. Mas vivemos na unidade de cuidados intensivos neonatais durante cinquenta dias. Não tínhamos um bebé pequenino, a lutar pela vida mas tínhamos o nosso Martim lá deitadinho na sua incubadora. Os fios eram muitos e os movimentos eram poucos. O tempo com ele era limitado e noites eram longas longe dele. Foram dias difíceis, cheios de incertezas mas lá conhecemos muito heróis pequeninos com pais gigantes, enfermeiras e médicas que foram mães e pais dos nossos bebés quando não nos era permitido estar por perto. Vimos a evolução daqueles bebés que decidiram chegar mais cedo, fizemos amizades com aqueles pais que são um exemplo de lutadores. Para eles, muitos parabéns por serem uns guerreiros. Os prematuros por travarem lutas desde pequeninos e os pais por serem verdadeiras forças da natureza. Aprendemos muito do que sabemos hoje do que é (tentar) ser pais e só temos a agradecer às en

Quando o Martim veio para casa, aos dois meses, eram raras as noites em que me levantava mais de duas vezes. Ele dormia somos longos e quando chorava era por causa da ventilação. Esta fase durou pouco mais de um mês. As noites a partir daí foram tornando-se difíceis. Não por ter fome, não por não ter sono mas sim por causa do ventilador. Havia noites em que o Martim não tolerava o ventilador e eu passava a noite a desligar a máquina para ele se acalmar e depois voltar a ligar. As noites de verão foram difíceis, muito difíceis. O calor não ajudou. Mas nos finais de setembro começaram a melhorar. Já conseguia dormir duas ou três horas seguidas. Nas últimas semanas as noites voltaram a piorar. A razão? Três dentinhos a nascer. O Martim chorava de meia em meia hora ou no máximo dormia uma hora seguida. Eu e o Pai já andávamos a desesperar, até que na sexta feira passada a noite foi tranquila. Apesar de ter adormecido cedo, por volta das 21h, o que não é habitual, dormiu até às 8h e acor

Novembro é o mês de planear dois aniversários cá em casa. O aniversário da mãe no final do mês o do Martim, que é logo no início de Dezembro. Ainda não pensei em nada para festejar o meu 27º aniversário, mas será certamente algo simples com os amigos. Uns dias depois vem a festa do mais pequeno e essa sim merece ser uma grande festarola. O primeiro ano do Martim teve tantos momentos. Não começou da maneira que estava "planeado" mas com o decorrer do tempo fomos podendo festejar as pequenas conquistas do Martim e isso foi sempre o mais importante. Agora chegou o momento de festejar o seu 1º aniversário. Vamos festejar todas os objetivos alcançados, todos as aprendizagens já adquiridas, todos os sorrisos e até todas as noites mal dormidas. Vamos festejar o que de melhor temos, a vida. Quem tem ideias ou sugestões para a decoração da festa do Martim ou até para a pequena festinha da mãe (que também merece sopras as velas)? Entretanto deixo aqui algumas inspiraçõ