O Natal chegou ao Sexto Esquerdo

Ontem, depois do jantar, chegou o Natal ao sexto esquerdo e demos início à nossa primeira época natalícia em família.


No ano passado, era o nosso primeiro natal nesta casa. Não tínhamos nenhuns enfeites natalícios e antes de o Martim nascer fomos comprar tudo e montar todas as decorações para que se o Martim decidisse chegar mais cedo já tinha o natal em casa à espera dele.
Ele não quis nascer mais cedo, mas quando nasceu, no dia 1 de dezembro, ainda vinha muito a tempo de conhecer a nossa árvore, o presépio e todos os outros detalhes que completam a decoração de natal cá em casa, pelo menos pensávamos nós que vinha a tempo.

O Martim nasceu e ficou internado, como já sabem, mas na altura pensávamos que seria uma coisa de dias. Eu tive alta e ele ficou e esse foi dos momentos que mais me custou. Passou um dia, dois, três. Nada de novidades que previssem a ida do Martim para casa. Mais de duas semanas depois do Martim nascer já começávamos a desesperar. Todos queriam saber novidades, melhorias e se ele vinha passar o natal a casa e nós simplesmente não tínhamos respostas. Evitávamos ir a locais onde nos pudéssemos cruzar com pessoas conhecidas, não atendíamos chamadas e o nosso trajeto de todos os dias era casa-hospital-casa.
A poucos dias do natal a árvore de natal que estava em casa raramente tinha a iluminação acesa e o espírito natalício ia-se desvanecendo.
Chegou o dia de consoada e o Martim continuava internado na unidade de cuidados intensivos neonatais. Nesse dia foi difícil gerir as emoções. As médicas e enfermeiras que estiveram nesse dia tentavam alegrar-nos. Não me esqueço da sessão fotográfica que a enfermeira Sofia nos fez, a nossa primeira sessão fotográfica de natal e em família. Mas apesar de o dia ter corrido bem e com alguns mimos por parte da equipa hospitalar, sabíamos que no final do dia íamos para casa, reunir-nos em família e o Martim ficaria ali.
O natal que eu achava que seria o melhor natal, o nosso primeiro natal com o Martim, acabou por ser apenas um dia igual a todos os anteriores, com a excessão do jantar que em vez de ser só os dois em casa sozinhos, foi passado em família. Não houve muita festa. Jantamos e trocamos prendas. Mas o Martim não estava ali para receber as dele. Houve lágrimas. E a festa não se prolongou muito porque a nossa prioridade era estar no hospital bem cedo no dia seguinte.
Dia de natal é dia de estrear roupa nova, almoçar com a família, passar a tarde à lareira enquanto se vai petiscando rabanadas e aletria e vendo os filmes de natal que dão todos os anos repetidos como qualquer outra tradição natalícia. Mas no anos passado não fizemos nada disso, o dia foi passado no hospital com direito a borrego assado na cantina do hospital.
O natal passou, o ano mudou, o dia de Reis já tinha passado e as decorações de natal saíram lá de casa sem que o Martim as visse.

Este ano quis fazer o natal com antecedência para que nada impedisse o Martim de conhecer o natal.
No sexto esquerdo já se vive o espírito natalício em família, vai ser o nosso "primeiro" natal e nós estamos ansiosos.

Partilhem connosco o vosso natal e nós deixamos ficar aqui uma amostra do nosso cantinho em época natalícia.
 










- A Mãe

Comentários

  1. Fiquei emocionada! Obrigada por partilhar a vossa história e o percurso de vida do Martim! São grandes exemplos de vida. Tenho uma menina que fez 1 ano a 5 de novembro (diferença de menos de um mês com o Martim ).Felicidades e parabéns!

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    Respostas
    1. Eu e que agradeço Andréa, por nos acompanhar!
      É muito bom sentir o vosso carinho :)
      Um beijinho para si e para a sua menina!
      Os meus parabéns (atrasados) para ela :)

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  2. Muito obrigado😘
    Tenho um amigo meu que quer ajudar.
    Queria entrar em contato consigo para falar melhor se for possível.
    Beijinho

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